A 4ª câmara do TRT da 15ª região condenou uma empresa da área de terceirização de processos de negócio a pagar R$ 10 mil por assédio moral contra uma funcionária de telemarketing.
Sobre o caso, a empregada tinha sua senha de acesso ao sistema bloqueada e era deixada em uma sala, impossibilitada de exercer qualquer atividade, sempre que sua produtividade era considerada baixa ou quando as metas determinadas pela empresa não eram atingidas. Sua permanência na sala poderia ser vista pelos demais funcionários.
A operadora também relata ter sido constantemente assediada moralmente por seus superiores, além de estar sempre sob pressão, inclusive, possuindo horários predeterminados para ir ao banheiro.
Em relação à sala onde os funcionários com baixa produtividade eram confinados, uma empregada entrevistada na perícia relatou estar no local a 15 dias e, segundo outros relatos, os funcionários permaneciam na sala e ficavam com a senha bloqueada por até uma semana.
Durante o processo, também foi relatado que o empregado apenas poderia utilizar o banheiro fora das duas pausas de dez minutos se possuísse autorização do supervisor, configurando um constrangimento ilegal. Ademais, muitos empregados evitam ir ao banheiro para não reduzir a produtividade e sofrer as consequências impostas pela empresa.
Segundo o relator, o comportamento dos superiores supera a esfera pessoal, configurando-se como assédio organizacional, capaz de gerar natural redução da autoestima dos trabalhadores e desconsideração da sua condição humana.
Data: 01/09/22
Fonte: https://www.migalhas.com.br/quentes/372788/operadora-de-telemarketing-assediada-com-ocio-forcado-sera-indenizada
